Um olhar de fora

Trata-se de narrativas fotográficas que fizeram parte da exposição coletiva «An Outside Look: Photographs of migrant women exiled in their own art», apresentada no Kismif  2021. Depois, permaneceu durante sete dias no Selina, no Porto. Construímos uma exposição baseada em metáforas da invisibilidade feminina em Portugal e no Brasil.  Minha proposta é apresentar, no Selina […]

Trata-se de narrativas fotográficas que fizeram parte da exposição coletiva «An Outside Look: Photographs of migrant women exiled in their own art», apresentada no Kismif  2021. Depois, permaneceu durante sete dias no Selina, no Porto. Construímos uma exposição baseada em metáforas da invisibilidade feminina em Portugal e no Brasil.  Minha proposta é apresentar, no Selina na cidade do, Portugal, parte deste projeto no período de duração desta exposição. Foram apenas 21 fotografias impressas em papel fotográfico A2 e cinco esculturas e 6 quadros pequenos. Todo este trabalho foi feito por fotógrafos portugueses e brasileiros da cidade do Porto. Haverá um texto de apresentação para compor a exposição e para demonstrar com maior amplitude o problema da migração feminina em Portugal. 

A ideia foi conscientizar quem está em trânsito, quem está de férias ou a trabalho e hospedado numa construção antiga muito próximo à Ribeira – o distrito medieval litorâneo da cidade. Pensando na possibilidade de que ali há um público diferenciado, trabalhador que se hospeda num espaço que oferece serviços de hotelaria, coworking, e artes. A pensar neste público do Selina mostrámos, pelo retrato, mulheres imigrantes que moram no Porto. O objetivo é mostrar que a ausência de aceitação social para as mulheres é ainda pior do que para os homens. A situação política e a condição económica deixam-nas vulneráveis e sem representatividades. Como investiguei o teatro durante o doutoramento, sigo utilizando a base teatral para representar os universos desconhecidos. Traumas e transtornos psicológicos são muito comuns para essas mulheres. Na esperança de ajudá-las, de alguma forma, e de chamar a vossa atenção para esta problemática, convidei outras artistas para fortalecerem o meu trabalho. E que elas pudessem tirar retratos subjetivos que espelhasse parte deste dilema. Dentre as inúmeras imigrantes que fomos encontrando, selecionamos as imagens que representam, de maneira mais complexa, parte dos problemas que essas mulheres enfrentam. Algumas fotografias são autorretratos performáticos da dura realidade.

Uma das autoras e curadora desta exposição: Elizângela Gonçalves Pinheiro

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